Quando era a Marvel negociando tudo dava certo, depois que a Disney entrou no jogo muitas coisas ficaram nebulosas. Lembro de quando a Disney anunciou que compraria a Marvel, ela se manifestou dizendo, resumidamente, em um jargão brasileiro: “Time que está ganhando não se mexe”. Mas como estamos vendo nos últimos anos, isso não passou de um discurso.
A dona do Mickey quer mais é grana.
E isso é reflexo na retomada de uma das franquias mais bem-sucedidas no cinema da atualidade: Homem-Aranha.
O impasse entre as duas empresas está exatamente no dinheiro, mais precisamente na porcentagem de arrecadação dos próximos filmes do herói. A Disney quer uma parcela maior na arrecadação e a relação ficou estressada.
Mediante isso, a Sony divulgou uma nota, nesta terça-feira, alegando estar desapontada com a Disney que exige uma maior participação nos lucros e diminuição da participação do Kevin Feige nos filmes futuros do aracnídeo.
Kevin Feige é o presidente da Marvel Studios e também o grande nome do sucesso de todos os filmes da Marvel atualmente no cinema.
Tudo nesse mundo, meu amigo, gira em torno de dinheiro. Colocando na ponta do lápis, quando é lançado um filme do Aranha, 95% do lucro da bilheteria vai para a Sony e 5% para a Disney. E é aí que a coisa está pegando fogo.
O que a Disney não comenta é que isso é um acordo de cavalheiros muito bem estruturado, então, se de um lado a Disney não ganha muito com os filmes principais do herói, a Sony também não lucra nada quando ele participa de filmes como: Vingadores Ultimato, Vingadores Guerra Infinita e Capitão América Guerra Civil.
O problema é mais grave do que você imagina e a Disney é perita em meter dedo onde as coisas funcionam, bagunçar e depois voltar atrás, seja por qual motivo for. E, consequentemente, dar problemas financeiros.
Você se lembra do caso do Guardiões da Galáxia? Estava tudo certo até que afastaram o diretor do filme por ver piadas imaturas do diretor na web, que ele tinha publicado há um tempão.
A verdade é que a Disney tem um perfil de impor as regras do jogo, afinal, ela é rica. Mas aqui temos um cenário que envolve não somente a perda de milhões, mas também uma quebra de contrato que pode ameaçar até a continuação de Tom Holland como Homem-Aranha.
E tudo isso por querer mais dinheiro.
Então, agora eu quero bater um papo com o pessoal do Mickey:
Disney, você é uma empresa rica, você não está lucrando com os filmes do Aranha, mas imagina o que você pode lucrar com ele em um esquadrão de heróis? Existem muitas sagas que o Aranha fez parte. Já foi integrante do Quarteto, dos X-men, viajou com Guardiões, foi líder de um esquadrão de heróis da Shield e até de outros grupos menos expressivos. Será que realmente vocês vão brigar por uma fatia da pizza, tendo todo o resto da pizza inteira para comer?
Coloca no prato o quanto vocês estão lucrando em termos de valor de imagem em manter o Herói ativo no universo. Esse valor tem potencial para tornar o lucro dos filmes individuais dele dinheiro de pinga para você, se souber usar da forma certa. Kevin Feige é antes de mais nada um nerd raiz, que vai saber usar o Herói (como tem feito) e acima de tudo um executivo que não dá ponto sem nó. O que ele direciona em um filme resvala em outro. 😉
Então deixa as coisas do jeito que está.
Agora e você, caro(a) leitor(a), não concorda comigo?
O acordo entre Disney, Marvel e Sony para compartilhar os direitos dos filmes do heroi aconteceu em 2015. Foi depois disso que Tom Holland virou o novo Homem Aranha e o personagem passou a fazer parte do time da Marvel.